poder podia...
poderia contar todas a histórias do mundo,
e todas não serem suficientes...
poderia em um, vários ou nenhum,
tantos quantos mas sempre ausentes...
poderia...
como quem pode à distância...
como quem diz com relevância...
como quem pensa mas não sente...
o estranho brilho do ser ausente...
poderia debater-me e explicar...
mas a verdade não te iria chegar...
poderia apenas baixar o olhar...
anuir com a cabeça e ficar...
mas não fico...
no teu direito de achar...
morre o poder de estar...
porque eu sou apenas um...
como sempre e agora...
e sismarás que incomum...
como sempre a toda a hora...
eu enleio-me nos contos...
nas curvas...
nos lábios...
nos sabores e desejos...
nos odores e ansejos...
enlear-me-ia mais e no fim...
perdição negrume e assim...
nunca incomum...
pouco ou nenhum...
apenas mais um...
deixarás...
por enquanto...
enquanto sai...
não volta atrás...
e então, portanto...
como quem vai...
segue a viagem...
e seguirás...
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