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asimplesvidadejoaorapaz

É o João que é um rapaz que tem uma vida simples.

19
Mai14

Mara T.

asimplesvidadejoaorapaz

A Mara... um dia escrevi uma carta para a Mara... foi a primeira carta que escrevi a alguém... alguém que não o Pai Natal e essas coisas... eu gostava da Mara... a Mara gostava de mim... engraçado como tudo o que fazia era tão contraditório... engraçado como certos traços já lá andavam... engraçado como eu brincava com tudo, como se tudo fosse desculpável... como se a Mara tinha que achar graça a tudo... não bastava achar-me graça tão só e somente... A Mara não era só Mara, era Mara com nome de família a seguir... eu frequentava-lhe a casa... o irmão adorava-me... e no entanto o tanto que eu a puxava para mim o dobro eu a fazia duvidar e me detestar... lembro-me que ela compunha o meu nome quando entrava na brincadeira... uma vez escrevi-lhe uma carta... lembro-me que levava uma música... engraçado... lembro-me de ela me emprestar as cassetes vhs do pai das finais europeias do Benfica de 88 e 90... engraçado como o gostar de alguém não basta... a carta era merecedora de uma resposta... e tive-a... engraçado como um sim ou um não têm inúmeras interpretações... inúmeras ilações a tirar e caminhos a seguir... a vida seguiu mais uns momentos... momentos intensos, por tudo e por nada tão concentrados e dispersos, tão voláteis e tão reais... e eis que eu já não era nada... nem jogador da bola, nem estudante, nem rapaz da má vida... era um ser prestes a ser... aniversário da Mara... tão longe estava... chovia que se fartava... e eis o dilema, ir com ela e com os seus amigos da universidade do bem, dos nomes com nome e com nomes no fim, dos carros e dos paizinhos... ela sorriu-me e pediu-me, mas porque iria eu?? atrás do quê?? para enganar quem??? lembro-me em certa altura muito antes, ela ter dito que nunca teria confiança em mim... ela nunca teria confiança em mim... sim... e nesse dia de chuva com o carro da minha mãe a trabalhar a 3 cilindros, fui ter com o pessoal... o mesmo pessoal que ontem teve comigo no Jamor... dos nomes simples, das alcunhas, dos diminutivos próprios... e nessa noite com o pessoal a história recomeçou... a minha... a Mara seguiu a dela... mais tarde encontrei-a numa noite de Verão... foi simpática, pareceu-me genuíno o interesse em saber de mim, ali em trinta segundos... "era uma colega da escola"... "era um colega da escola"... eu gostava dela e ela gostava de mim... e um dia escrevi-lhe uma carta e mandei-lhe uma música... 

 

 

 

 

 

 

 

 

15
Mai14

Primavera

asimplesvidadejoaorapaz

Primavera - David Mourão Ferreira - Pedro Rodrigues - Mariza - Luís Guerreiro - Fado - Vida

 

 

 

Todo o amor que nos prendera
Como se fora de cera
Se quebrava e desfazia
Ai funesta primavera
Quem me dera, quem nos dera
Ter morrido nesse dia

E condenaram-me a tanto
Viver comigo meu pranto
Viver, viver e sem ti
Vivendo sem no entanto
Eu me esquecer desse encanto
Que nesse dia perdi

 
Pão duro da solidão
É somente o que nos dão
O que nos dão a comer
Que importa que o coração
Diga que sim ou que não
Se continua a viver

Todo o amor que nos prendera
Se quebrara e desfizera
Em pavor se convertia
Ninguém fale em primavera
Quem me dera, quem nos dera
Ter morrido nesse dia
 
 
 
 
 
 
12
Mai14

que luz

asimplesvidadejoaorapaz

simplicidade... terrenas ou efémeras ou lindas... serenas ou ternas ou lindas... sereis eterna e linda... passo... passo sempre... e vejo... cobiço... e conquisto... desejo e está visto... que também me deixo... mas não há... como parar como eu paro... como quedar-me em queda... livre e sem chão que me despedace ou ampare... não sei... nunca saberei... que de tanto e tudo saber... nunca saberei ser como fui... porque falta... e então segue... como seguirei... e atrevendo-me por aqui por ali... a quedar-me... pode ser um pulso... ou tom rosa... um ponto... ou uma série de reticências... uma galáxia de reticências... um arco de reticências por vezes íris e de ouro confiscado e gasto... ou gastado... desgastado... como eu... sempre mais... sempre ausente na presença... sempre presente na ausência de mim... e poderiam pessoas do mundo pensar que eu sou especial... não sou... sou ser... sou banal... mas tão mais especial do que possam pensar (pessoas do mundo)... do nada sou tudo... e tudo o que fui foi tanto que nunca serei mais nada, mas seria tanto mais que poderiam as tais estarrecer de tanto tanto... é uma luz... não coisa que brilha e não brilha... não negra como nos filmes e tal... é uma luz... serena... terna... eterna... linda... que nunca me deixará descansar...

 

https://www.youtube.com/watch?v=5XMADBiRBiQ

 

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