a propósito dos encantos e desencantos de cada caminho que decidimos percorrer...
a propósito do que li no Blog "Teorias da Costa" aqui vai, um dia escrevi isto:
"não, não era assombrada! era apenas uma velha casa no meio de algo semelhante a um bosque, sem porta, e as portadas das janelas à muito tinham perdido os seus vidros. não, não tinha medo!! Porquê ter medo? afinal seria apenas um sonho... o menino vagueava por entre as árvores, sempre diferentes, sempre incomodadas com a sua passagem... a luz era sempre diferente, o vento soprava sempre de forma violenta, por mais roupa que o menino tivesse, havia sempre o incómodo arrepio, mas lá estava ela... a casa desencantada! para ele era um encanto quando por detrás de um mais frondoso arbusto a avistava... dava meia dúzia de passos e sentava-se na clareira mesmo em frente da porta que outrora escondera tudo aquilo que o menino não conseguia ver. Concentrava-se imenso, franzia os olhos para dislumbrar um pouco que fosse do seu interior mas... nada... apenas cinzento, apenas vazio indecivrável!! e passavam horas e o menino perdido naquela fachada... na porta, por vezes nas janelas, até por uma simples linha de fumo vinda da chaminé ansiava, mas... nada!! Por fim já cansado, deitava-se de barriga para o ar de olhos fechados, custava-lhe encarar o olhar reprovador do céu lá no alto, e pensava: "Amanhã vou olhar com mais atenção" Deixava-se dormir assim fixado na ideia do amanhã, via-se a percorrer um novo bosque de novas àrvores maliciosas, uma nova clareira, uma nova luz, a casa essa igual, o esforço e o desejo pela novidade vibrava dentro de si... e sem dar por si caía no sonho do sonho encantado da casa desencantada..."