Aconteceu-me tipo à filme...
Esta aconteceu-me tipo à filme: enquandrando ligeiramente na história, posso dizer que não há muito tempo vicissitudes da vida levaram-me por períodos mais ao menos longos (e que ainda hoje se mantêm) ao Algarve... Ora eu aproveitei para fazer os meus reconhecimentos das novas zonas... sem aquele peso do predadorismo juvenil tão próprio dos machos adolescentes... aconteceu que uma bela noite vou pela primeira vez a uma zona bem famosa do Barlavento Algarvio e entro num bar de musica ao vivo... Barmaid parou a olhar para mim e eu com o decorrer da noite fui ficando parado a olhar para ela... bom resumindo... flirt do mais alto gabarito (a quantidade de gajas que eu fui deixando passar só para não queimar o romance) e deixei-a completamente de rastos, claro que para mim também não foi pacífico... ela namorava com o maior lá da aldeia e claro que a certa altura dos acontecimentos todos diziam que me queriam fazer a folha, alguém arriscou??? Nunca na vida!!! Foi uma bela história de romance que nunca deu em nada de carnal, quando ela se apercebeu e me perguntou se eu namorava, fiz questão de lhe dizer (com aquele sorrisinho maroto que ela tantas vezes elogiou) que para além de namorar estava prestes para casar... Guerra total, chamou-me tudo... mas na verdade nunca a enganei, o meu interesse era verdadeiro, acho ela factualmente arrebatadora, ainda mexe comigo, e passado a zanga entramos novamente em clima de enamoramento que sempre que nos vemos paira no ar... Não a comi, verdade!!! Mas nunca fiz muita questão disso (se tivesse comido era lindo) porque o fundamental era arrebata-la... afinal ela era a mais linda e mais inalcançável lá da terra, que namorava com o mais famoso e adorado lá da "aldeia", e aí cheguei eu o forasteiro misterioso que pus o coração da donzela a balançar, e os meninos grandes do feudo a rogar pragas de vingança extrema... Teria eu sido verdadeiramente dessimulado e teria comido a boa, mas também teria comprado uma guerra com custos que eu nunca tencionei pagar...
Um dia destes um fulano com ligeiras ligações laborais à minha pessoa inquiriou-me se seria eu o arrojado cavaleiro conquistador que tinha posto o coração em fanicos à bela empregada de bar propriedade de um seu amigo?? Claro que eu com uma modestia totalmente falsa fui dizendo que embora fosse a minha pessoa que tal lenda referia, essa lenda não passava de total especulação e que eu limitara-me a travar conhecimento com a princesa no plano estritamente empregada/cliente... Claro que para deleite dos meus ouvidos tal indivíduo afirmou que a referida donzela sofreu de verdadeiros amore e desamores à minha custa, segundo afirmava ele, teria lhe transmitido o seu amigo e patrão da supracitada moçoila...
Conclusão: estando eu praticamente nos trintas, e já com muito boa idade e passado para ter juízo, pondero uma nova incursão por "mares nunca antes navegados"...
Se há coisa que nunca morre num Homem é a vontade de fazer avarias...